História do Teatro Brasileiro


 

O grande impulsor e orientador do teatro brasileiro foi Gonçalves Magalhães. Em 13 de março de 1838 o teatro brasileiro teve uma noite histórica com uma de suas peças “Antônio José ou o Poeta e a Inquisição”, estreada no Rio, de cunho estritamente nacional. O autor substituiu o tipo de teatro antigo que prevalecia no Brasil pelo Teatro Natura e Expressivo.

Martins Pena foi o fundador da primeira comédia brasileira, “O juiz de paz na roça” (1838). Com influências do Romantismo fazia o estilo mais ingênuo e espontâneo.

Gonçalvez Dias foi consagrado após sua morte. A ênfase de seu trabalho estava na essência humana. Em suas obras já não eram as ideias nacionalistas que prevaleciam, mas sim dramas, semelhantes com os textos de Shaskespeare.

Continuando o trabalho de Martins Pena, França Júnior (1890) deu a comédia um tom mais realista e elaborado. Às vezes o autor era contaminado pela vulgaridade dos espetáculos da segunda metade do século XIX. Foi ele quem consolidou o teatro no Brasil, não poupando ninguém, com uma graça pesada e sátira aos costumes políticos, complexas arquiteturas cênicas e peças longas. A peça “As doutoras” lhe deram o título de melhor comediógrafo do Brasil.

Coelho Neto (1864-1934) também trabalhou a comédia, porém de linha crítica e objetiva. Escreveu “A muralha”, “O relicário”, “O tango” entre outras. A comédia nesta época era alvo dos modernistas.

Há na história do teatro Brasileiro outros nomes também muito importantes e que marcaram época, como Goulart de Andrade, Cláudio de Souza, Gastão Tojeiro, Armando Gonzaga.

Goulart de Andrade (1881-1936) lidava em suas peças com ciúmes mórbidos e estoicas renúncias, mas sem ação dramática. Tinha gosto pelos sentimentos fora do tempo (serôdio). Escreveu “Os inconfidentes”.

Cláudio de Souza (1876-1954) reforçava o homem do campo e os valores dos aristocratas, como também apontava um país prejudicado culturalmente por causa do pós-guerra. Escreveu “Flores de sombra: temas e mitos caros à nacionalidade”.

Gastão Tojeiro volta a temas brasileiros. “Onde canta o sabiá”, por exemplo, é uma comédia e uma reivindicação dos valores nacionais.

Armando Gonzaga dominou a década de 20 no século XX. Seu perfil era comicidade e modéstia. Escreveu “Cala a boca Etelvina”.

A dramaturgia dos anos 20 e 30 tinha por base as companhias profissionais que se mantinham junto ao público. Os primeiros atores se tornaram ídolos populares, como foi o caso de “Leopoldo Froes” e “Procópio Ferreira”.

A semana de 22 teve um ar de liberdade, porém o teatro não experimentou o fluxo renovador que ela proporcionou as artes no geral. Foi a arte ausente d suas comemorações e de sua febre. Até este momento o ator é a estrela do teatro.

Quem rompe com o atraso do teatro brasileiro é Renato Viana, embora não tenha sido muito feliz em suas peças. Ligados a ele estavam Villa Lobos e Ronald de Carvalho. A partir daqui começa-se a dar valor ao diretor, som e luz. Pausas e silêncios às costas do público.

No Teatro Contemporâneo “Os comediantes” foram um grupo que reformou a estética do teatro no Brasil. Sem escolas e sem modelos, impedia a mudança. A atualização estética, portanto, aconteceu por Ziembinski, de escola expressionista.

O baluarte do movimento nacionalista foi o Teatro de Arena em São Paulo com a peça “Eles não usam Black-Tie”. Nela Gianfrancesco Guarnieri levanta problemas sociais causados pela industrialização, uma “Tese marxista”.

A dramaturgia contemporânea renovadora partiu de “Vestido de noiva” de Nelson Rodrigues. Aplicou modernos padrões de ficção e processos do subconsciente. Um sucesso depois de “Vestido de Noiva” foi “A moratória” de Jorge de Andrade.

Ariano Suassuna (1957) tem uma dramaturgia católica de caracteres populares vindo de formas medievais, ele também é folclórico, de religiosidade simples presidida pela graça. Em suas peças há condenados (maus) e salvos (bons). Seu teatro é popular e religioso. Escreveu “A compadecida”, “O arco desolado” “O santo e a porca”.




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