Motivação na EBD


LEITURA BÍBLICA:


   “Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável.
Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito.
Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer.
Então ensinarei os teus caminhos aos transgressores, para que os pecadores se voltem para ti”
(Salmos 51:10-13)
. 

     A Bíblia conta que o rei Davi cometeu o pecado do adultério e isso o abalou profundamente, trazendo muito desânimo. Além do sentimento de culpa por ter pecado. Durante muito tempo, Davi não tinha mais forças para seguir em frente e continuar sua caminhada. Por isso ele clamou ao Senhor.
Davi entendeu que não poderia continuar vivendo daquele jeito e que se continuasse desanimado, ele não conseguiria ser uma bênção na vida das pessoas.

     Você já deve ter passado por um período na vida em que tudo estava ruim, não é? Era difícil levantar de manhã para trabalhar, as tarefas do dia-a-dia eram realizadas com sacrifício, não havia ânimo para estudar nem ler. Parece até que os problemas surgiam todos de uma vez, e as soluções se escondiam em algum lugar misterioso desaparecendo por completo do seu mundo.

     É normal que, em algum momento da vida, tenhamos desânimo... daqueles que vem de dentro de nós, mas estes costumam passar quando alguma situação que nos incomoda, passa.

     Por que será que muitas vezes somos tomados de grande desânimo? Por que muitas vezes nossa vida parece sem rumo? Por que será que esse desânimo às vezes se relaciona até mesmo com à Igreja? Por que será que se perde a vontade de ir aos trabalhos, inclusive e, muitas vezes, especialmente à EBD?

As respostas para essas perguntas estão concentradas na seguinte resposta: porque nos falta motivação.

O QUE É MOTIVAÇÃO?

    Afinal de contas o que realmente é motivação? É ser feliz? É enxergar o mundo com outros olhos? É conquistar resultados? É superar obstáculos? É ser persistente? É acreditar nos seus sonhos? O que é?

     O dicionário diz que motivação é "um conjunto de fatores psicológicos (conscientes ou inconscientes), de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo". 

   Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente ao que você quer da vida, e seus motivos são pessoais, intransferíveis e estão dentro da sua cabeça e do coração também, logo seus motivos são abstratos e só têm significado pra você, por isso motivação é algo tão pessoal, porque vêm de dentro.

    A motivação está relacionada com entusiasmo, estímulo e felicidade. Estar motivado é estar entusiasmado. Estar entusiasmado é estar estimulado. Estar estimulado é estar feliz.  

    Nascemos com a chama da motivação. 

    A motivação está dentro de cada um de nós (A palavra motivar vem do latim motus, “movimento”, por sua vez, derivada do verbo movere (Pronuncia-se /movére/), “mover”). MOVIMENTO = AÇÃO – MOTIVO QUE NOS LEVA A  AGIR

      A motivação ocorre, então, com impulsos internos, que são engramas, isto é, traços impressos na mente por estímulos muito fortes. 
      Esses traços impressos para nós são quadros mentais emotizados, isto é, carregados de elementos das emoções.



      CÉREBRO: O SISTEMA LÍMBICO E O SISTEMA GLANDULAR

      EMOTOLOGIA E EMOTOPEDIA

          Não só o que a pessoa quer realizar para si mesma, como o que ela precisa contribuir para a organização a que pertença, deve associar-se a um apelo emocional de modo que gere a energia da ação, com fatores intrínsecos que geram energia. Isto é, a MOTIVAÇÃO.
           As pessoas tem quatro fortes âmbitos de apelos emocionais: amor, saúde, desejo de consideração e dinheiro.

     MOTIVAÇÃO E SUAS RELAÇÕES:

A MOTIVAÇÃO ESTÁ RELACIONADA COM:

      AUTOCONHECIMENTO;

      EDUCAÇÃO (modelos: as palavras dos pais e educadores são decisivas para a motivação dos filhos enquanto pequenos e depois de adultos);

      FAMÍLIA (vínculos emocionais) e

      TRABALHO (relação indivíduo-organização pode ser muito rica, pois ambas as partes necessitam uma  da outra).

           Motivação tem muito a ver com educação. Os "podes" e "deves" da infância e da juventude organizam a história da vida e formam os modelos, que orientam a conduta das pessoas. As palavras de pais e educadores são decisivas para a motivação dos filhos enquanto pequenos e depois de adultos. Palavras que diminuem, incapacitam, humilham provocam sentimentos de desvalorização e baixa motivação. Palavras que incentivam, capacitam e elogiam geram sentimentos de consideração e respeito próprio. Elas aumentam a motivação interior.

              Isso não significa que uma pessoa que teve uma educação que a desqualificava deva passar o resto dos seus dias desmotivada. Pelo contrário, o ser humano tem o poder de mudar o rumo da própria vida e é isso que se espera de quem está infeliz e descontente com a bagagem que herdou da infância.

     PILASTRAS DA MOTIVAÇÃO 



* FAMÍLIA (VÍNCULOS EMOCIONAIS);
*  CRENÇAS E VALORES;
TRABALHO.

     COMO É O PROCESSO DE MOTIVAÇÃO?

      Primeiro, sentimos; depois, pensamos; em seguida, falamos e, por fim, agimos.
COMO SE APRENDE: SÓ ENSINA MELHOR AQUELE QUE CONHECE
 FATORES QUE DESMOTIVAM AS PESSOAS: 
Falta de perspectiva, Favoritismos, Normas desnecessárias, Reuniões improdutivas, Expectativas não definidas, Desonestidade, Tolerâncias ao mal desempenho, Falta de reconhecimento, Tratamento humilhante e Insegurança.

  O QUE MAIS INTERESSA A UM PROFESSOR SABER NÃO É O QUE DESESTIMULA O SEU ALUNO, MAS SIM, O QUE O MOTIVA.

    MELHORE A MOTIVAÇÃO DO SEU ALUNO!
          Ensine, mobilizando as potencialidades das pessoas. Toque nos significados que elas possuem  para construir aprendizagem.

       Não faça atividades que enfoquem o lado negativo das coisas ou das pessoas: destaque sempre para as coisas boas que seus alunos sabem fazer ou que sabem ser. O cérebro não distingue o real do imaginário.

     Palavras que diminuem, incapacitam, humilham, provocam sentimentos de desvalorização e baixa motivação. Palavras que incentivam, capacitam e elogiam geram sentimentos de consideração e respeito próprio. Elas aumentam a motivação interior.

           Sugestões básicas:

      Cumprimentá-lo com simpatia.
      Ajudá-lo quando estiver atrapalhando.
      Procurar conversar com ele quando perceber que está chateado.
      Elogiá-lo pelo que ele faz bem.
      Dar sugestões que o auxiliem na rotina do dia-a-dia.

       IDEIAS INDISPENSÁVEIS

      Ajude seus alunos a recordarem de boas lembranças.
      Surpreenda seus alunos: quebre a rotina.
      Não utilize artifícios negativos pensando que assim despertará a atenção do seu aluno para o conteúdo que está sendo aplicado.
      Utilize objetos, músicas e brincadeiras variadas para descontrair seu grupo.
      Comemore no início e no final.

     ALUNO MOTIVADO É AQUELE QUE APRENDE FELIZ! 

·        Não tenha medo de encarar de frente esses desafios. Tentando, você vai conseguir abordar e alcançar de maneira especial aos seus alunos.
·        Lembre-se do processo mental que todo ser humano passa na hora de aprender algo: Primeiro, seu aluno vai sentir; depois, pensar; em seguida, falar e, por fim, agir. Pense nessas coisas quando for montar sua aula e quando for aplicá-la.
·        Conheça a família, os vínculos emocionais; as crenças e os valores; e o trabalho de seus alunos, pois estas são as pilastra de sustentação de cada ser humano. Ter tais conhecimentos é vital na construção do ensino-aprendizado.



 PRINCÍPIOS APLICÁVEIS PARA INCENTIVAR ATITUDES POSITIVAS NOS ALUNOS


 “Certa vez, um professor muito sagaz virou-se para um colega e disse: Cheguei a conclusão de que se sou repulsivo, enquanto discurso, meus alunos detestam  o que aprenderam.”

 
“Pessoas influenciam pessoas.
Você sabe a maneira como influencia outras pessoas?”
Partimos do pressuposto em educação que ensinamos a fim de alcançar resultados na vida dos alunos que antes não haviam praticado. Objetivamos que consigam ser diferentes do que eram antes do nosso trabalho, isto porque aprendizagem exige mudança de comportamento.
Para um melhor rendimento no processo de ensino-aprendizagem é preciso que professores estejam conscientes de suas atitudes perante os alunos, pois o que faz ou diz, pode gerar nos educandos atitudes variadas como uma resposta do estímulo positivo ou negativo que recebeu.
Reconhecer se o processo de aprendizagem está sendo positivo ou negativo dependerá da observação contínua por parte do educador mediante respostas aproximativas de seus alunos, isto é, através de ações evitativas ou aproximativas pode se medir até que ponto o aluno está envolvido com a disciplina que estuda por estimulação da relação de afeto que tem com seu professor.

   Que atitudes do professor levam os alunos a terem uma postura evitativa ou aproximativa? Professores tem sido uma fonte positiva de influência? Lembre-se da matéria que gostava ou  do professor que gostava. Se gostava do professor, você gostava da matéria e vice-versa?

     Condições e conseqüências

     O aluno deve sempre que possível estar em condições positivas de aprendizado e os assuntos que estuda devem lhe trazer conseqüências positivas, tornando-se um estímulo para ele.


     Existem consequências positivas e repulsivas.

A conseqüência repulsiva é qualquer evento que cause desconforto físico ou mental ao educando; isto é, qualquer evento que faça a pessoa se sentir inferiorizada.

       Repulsivos universais:

 Dor física: castigos físicos no educando, problemas físicos (de saúde).

     Medo e ansiedade: sofrimento e incomodo mental. Apreensões em relação a perigos, desgraça. Dor, tensão etc. Na sala de aula o professor contribui ao medo e a ansiedade quando: incute no aluno, por palavras ou ações, que nada que faça o conduzirá ao sucesso, dizendo-lhe frases como: “você não vai compreender isto, mas...”, “qualquer um sabe...”; força o aluno a resolver problemas no quadro; faz prognósticos absurdos; sugere baixo rendimento dos alunos: “ se vocês não estão bem motivados para aprender, não deveriam estar aqui...”; é imprevisível nas exigências à classe (dizer uma coisa e depois brigar, voltando ou se desdizendo); manda o aluno ao diretor ou semelhante.

     Frustração: Frustrar é fazer com que um esforço seja invalidado. Práticas dos professores que geram frustração:

·        Quantidade de informações que impossibilite a assimilação por parte do aluno;
·        Falar baixo demais para ser ouvido facilmente;
·        Não revelar o propósito da disciplina e como a aprendizagem será avaliada;
·        Usar a escrita ilegível;
·        Usar textos de nível muito alto;
·        Recusar responder perguntas;
·        Forçar os alunos a andarem no mesmo passo, frustrando os lentos e aborrecendo os rápidos;
·        Não atualizar o material utilizado.
       
     Humilhação e embaraço: Causados fazendo com que a pessoa se sinta diminuída em sua dignidade ou em seu amor próprio, ao torná-la embaraçada, ao envergonhá-la, depreciá-la. Procedimentos:

·        Comparações;
·        Rir de seus esforços;
·        Expor as fraquezas dos alunos;
·        Distinguir o aluno pela sua ignorância;
·        Depreciar tentativas;
·        Insultar o aluno que tenta compreender o assunto fazendo perguntas.

     Tédio: Os estímulos são fracos. Uma resposta evitativa neste caso, por exemplo, é o aluno que dorme em sala. Procedimentos geralmente utilizados pelo professor que geram o tédio:

·        Apresentar os assuntos monotonamente;
·        Insistir para que o aluno estude coisas que já sabe;
·        Desenvolver as aulas em condições ambientais desfavoráveis;
·        Usar a mesma forma de apresentar os assuntos;
·        Ler o livro texto em voz alta.

     Desconforto físico: Inquietação, fadiga, é moderada, mas incômoda. Algumas coisas podem ser evitadas pelo próprio professor:
·        Barulho excessivo ou outras formas de distração;
·        Aluno em atitude passiva por longo tempo;
·        Insistir que alunos tenham atenção depois das refeições;
·        Sala excessivamente quente ou fria.

Condições ou conseqncias que podem ser tidas como positivos universais são opostos aos repulsivos universais. 


Condição ou consequência positiva é qualquer evento agradável registrado durante o tempo em que o aluno está em contato com o assunto, ou que proporciona ao aluno seu engajamento favorável na situação de aprendizagem. Exemplos de práticas positivas:

·        Reconhecer que as tentativas dos alunos, sejam corretas ou incorretas, são tentativas de aprender;
·        Dar reforço ou recompensa a respostas aproximativas em relação à matéria;
·        Propiciar indicadores para que alunos saibam onde vão chegar;
·        Detectar o que os alunos já aprenderam e excluir esses assuntos do currículo;
·        Prover feedback imediato e específico às respostas do aluno;
·        Relacionar informações novas com as já conhecidas;
·        Tratar o aluno como uma pessoa e não como um número em uma multidão de anônimos;
·        Fazer uso de movimento, cores, contrastes, referência a pessoas para atrair e manter a atenção;
·        Expressar genuína satisfação em ver o aluno e ao vê-lo bem sucedido em suas tarefas;
·        Permitir que os alunos se movimentem tão à vontade quanto suas características de idade exijam.

Como avaliar o comportamento aproximativo do aluno com a disciplina que está estudando ou que estudou?
Verifique as evidências através do que os alunos dizem e fazem, através da Avaliação dos Resultados e da Avaliação do Processo.

Avaliação dos resultados

Questão a ser respondida: O que o aluno deve fazer ou dizer que me conduziria a crer que ele está favorável ou desfavoravelmente inclinado na minha disciplina? (Que pesos comportamentais você considera válidos para serem colocados no prato positivo ou negativo da balança dos afetos?).
     A avaliação dos resultados pode ser feita através de questionários e/ou observação do comportamento dos alunos. Ela mede até que ponto o interesse dos alunos, ao final do ensino, é, pelo menos o mesmo que existia ao início e diz ao professor quão bem está fazendo as coisas.

     Avaliação do processo

      A avaliação do processo verifica quão bem estamos aplicando o princípio das condições e conseqüências, nos diz o que devemos fazer para melhorar e faz uma análise afetiva durante o processo de ensino (observar pessoalmente 2 ou 3 aulas, entrevistar os alunos matriculados ou não na disciplina e fazer uma revisão do material de ensino, do ambiente e das práticas administrativas), isto é, analisa e identifica condições e consequências vividas pelos alunos no contato com a disciplina em observação.

Como melhorar nossas chances de fortalecer tendências aproximativas?
  Fazendo com que exista o menor número possível de condições repulsivas ao ensino no momento em que os alunos tem contato com os assuntos que lhes estamos ensinando.
Fazendo com que o contato dos alunos com os assuntos de nossa disciplina seja seguido mais por conseqüências positivas do que repulsivas.



Bibliografia: Mager, Robert Frank. Atitudes favoráveis ao ensino: Porto Alegre, Globo, 1976.


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